segunda-feira, 23 de junho de 2008

Som na Caixa: Caju e Castanha

Quando eu morava em Ceará-Mirim, era tradição ir todos os sábados à feira livre, ver os produtos que os comerciantes (boa parte vinda do interior) traziam para oferecer aos clientes. Entre os carros de lata, fitas K7 com As melhores internacionais, pomada do peixe elétrico e outros tantos atrativos, eu sempre parava para ouvir os repentistas cantar seus desafios e emboladas.

Fosse com o pandeiro na mão ou arranhando as mesmas notas um velho violão, a roda de curiosos crescia, assim como os aplausos, os pedidos e as poucas moedinhas depositadas no chapéu.

Hoje não tenho mais tempo de ir ao supermercado, quem dirá à feira. É uma pena, pois me divertia muito com o passeio.



Caju e Castanha - Andando de Coletivo (2002)

Pra matar a saudade das emboladas (a cantoria também conhecida como embola coco), costumo ouvir as músicas inteligente de Caju e Castanha.

Nascidos no interior pernambucano, descendentes de lavradores, desde cedo tentavam ganhar a vida cantando nas feiras da região, usando instrumentos improvisados feitos com latas vazias de doce. Foi sem perceber que desenvolveram o talento para o repente e todo dinheiro que ganhavam virava comida para a família. Em 1982, arriscaram uma viagem para São Paulo levando apenas a vontade de vencer. Começaram morando embaixo de um viaduto, logo depois foram para a casa de novos amigos que lhes deram apoio e a partir de então começaram a trabalhar e se tornarem conhecidos na cidade.

Uma das minhas músicas favoritas é O ladrão besta e o sabido. Ouça no player abaixo:

Caju e Castanha - Ladrão Besta e o Sabido

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