quinta-feira, 20 de maio de 2010

Fliperama Chronicles



Este post é inspirado no tema do último
Super Controle (podcast sobre games) que ouvi recentemente. No pod os casters falam sobre várias histórias que viveram nos fliperamas de sua cidade. Resolvi então publicar minhas lembranças aqui no blog.


Sempre no mês de dezembro, lá em Ceará-Mirim (RN) acontece a Festa da Padroeira, e assim como em outras cidades, é costume ter um parque de diversões. Lá pelo ano de 1988, não lembro ao certo, o parque trouxe uma porção de fliperamas e instalou na calçada do ao lado da igreja. Eram poucas máquinas, eu lembro que tinha Super Mário 1, Galaga, Knightmare e mais uns 3 jogos que não lembro agora.

Tenho quase certeza que as máquinas eram feitas a partir de consoles Nintendo 8 bits, pois vez ou outra a máquina dava PAUSE (sim, aparecia o nome e tudo) e a moça que tomava de conta tinha que colocar uma ficha na máquina para “destravar”. Como eu morava pertinho da igreja, dava um jeito de ir lá toda noite e ficava vendo os caras se acabando de tanto. Como eu não tinha muita grana, quando acabavam as fichas, eu ficava por ali e pedia “uma vida” para algum colega mais generoso. Confesso que eu era ruim pra caramba e morria num instante. Pena que a festa só durava uns 10 dias e os flipers iam embora. Depois disso convenci meu pai a comprar um videogame para eu e meu irmão jogarmos em casa.



Naquela época não haviam nem locadoras de games na cidade, e o mais próximo que eu chegava dos árcades era quando ia à Natal. Na rodoviária tinha umas máquinas bem legais: Kung Fu, Robocop, Moon Patrol, F1 (aquele com cabine, direção, pedais e marcha) e alguns outros que me fogem à memória. Lembro que uma vez fui jogar e não sabia que a máquina precisava de 2 fichas. Como eu não tinha outra ficha, perdi de jogar e outro camarada botou outra ficha e jogou na minha vez. =(

Em frente a catedral de Natal tinha um fliper bem grande com máquinas como 1943 e STREET FIGHTER 2. Eu ficava louco quando ia lá, pena que eram poucas vezes e a fila na máquina de Street era enorme, não dava nem pra olhar os caras jogando por que ficava um bando de marmanjos amontoados em volta.



Outro fliper bacana era o do Hiper Bom Preço. Lá tinha umas máquinas muito iradas: Rygar, Tartarugas Ninja, After Burner (com cockpit de avião que virava pra todos os lados), SUPER Street Fighter, Simpsons, Samurai Shodown, Pinballs e muitos outros. Só ia lá quando estava na casa de uma tia que morava perto. Lembro que meu pai dava uma grana pras fichas, mas como eu era muito criança, perdia rapidinho e ficava só na vontade. Uma vez a ficha ficou “atravessada” na máquina, nem entrava, nem saía... aí o cara do fliper disse: passa semana que vem que eu peço pro técnico tirar e te dou... até hoje nunca vi tal ficha de volta!

No Natal Shopping o fliper era uma revolução! Tinha as máquinas mais modernas de todas, com telas enormes, simuladores de SKI, jogos com pistolas, praticamente todos os sucessos da SNK (King Of Fighters, Metal Slug, etc), aquelas máquinas de pegar pelúcias e até uma que você tirava usa foto e saía uma cartela com adesivos. Pena que lá a ficha era muito mais cara, na verdade nem era ficha, já usavam o esquema de cartão com créditos e assim podiam cobrar preços diferentes para cada máquina.



Aqui em Mossoró, quando eu vinha de férias, ficava enchendo minha tia para me levar ao COELHÃO, um meio que shopping que tinhas uma porção de fliperamas. O único que consigo me lembrar agora era o PUNCH OUT!, um jogo de boxe muito bacana. Há uns dois anos atrás o supermercado Hiper Queiroz colocou uma sala de fliperamas, mas não durou muito não, e a maioria das máquinas eram antigas, não dava nem vontade de jogar. Atualmente o único árcade da cidade (que eu conheço) é no Mossoró West Shopping e não tem quase nada interessante. O que salva é uma máquina de PUMP IT UP e aquelas mesas de Air Hockey.



Quando vou às capitais (Natal, Recife, Fortaleza) e passo na Game Station, muitas vezes prefiro jogar nas máquinas de Air Hockey, Boliche e Basquete do que nos jogos eletrônicos, isso por que dá pra jogar 2 pessoas com uma “ficha” só e a diversão é bem maior. Ainda assim dou uma conferida nos jogos de tiros (aqueles que você usa pistola, rifle, etc.) e algum simulador interessante.




Pra finalizar não posso deixar de falar no fliper do grande EDSON URSO. Um cara que investiu forte para trazer máquinas muito boas para Ceará-Mirim e divertir todos aqueles adolescentes da época. Lá tinha praticamente todas as máquinas da CAPCOM: Street Fighter Alpha, Megaman, Dungeons & Dragons, Cadilac and Dinossaurs, Marvel Super Heroes, X-Men VS. Street Fighter, Darkstalkers, Mortal Kombat e muitos outros. Algumas até soltavam cards com personagens dos jogos se você fazia uma boa pontuação. A galera até montou um clube chamado COG - CLUB OF GAMEMANIACS (minha carteirinha era número 001) e era uma briga para ver quem colocava as iniciais nos lugares mais altos do ranking. Teve inclusive campeonato de Maver Super Heroes com direito a troféu personalizado em forma de árcade feito por um artesão local. O vencedor foi o JOÃO MARIA TETCHAU, que não perdia pra ninguém com o Fanático (Juggernaut). Depois o Edson começou a investir em consoles: SNES, PS1, DREAMCAST, etc... e deixou os flipers de lado.

É uma pena que muitos fliper viravam ponto de encontro de marginais e quem andava por lá era mal visto. Acho que por isso a maioria dos flipers de rua fecharam e agora só os encontramos em rodoviárias ou shoppings.

Saudades daquele tempo!

Um comentário:

adrianoisrael disse...

Belo histórico sobre a evolução dos flippers.. ;)