segunda-feira, 27 de agosto de 2012

MEMÓRIAS SOBRE O COLÉGIO SANTA ÁGUEDA


MEMÓRIAS SOBRE O COLÉGIO SANTA ÁGUEDA
Por: Abrahão Lopes

Este ano o Colégio Santa Águeda (CSA), de Ceará-Mirim - RN, completa 75 anos de fundação. Esta escola foi de grande importância na minha formação, tanto acadêmica como pessoal, pois foi lá onde estudei o ensino fundamental (na época se chamava 1º grau menor e maior), fiz grandes amizades e fui moldado para a vida.

Escrevo este texto para compartilhar algumas memórias que me vem à mente agora, exatamente 20 anos após eu ter cruzado pela última vez os portões do “colégio amado, fonte de cultura”.

Em julho de 1987, minha família foi morar em Ceará-Mirim por conta do trabalho do meu pai. Eu tinha 6 anos de idade e tinha mudado de cidade duas outras vezes no período de um ano. Era estranho estar em um lugar novo, mas não consigo me recordar de nenhum colega de escola antes desse período, então não senti muita falta das escolas anteriores.

Entrei no CSA na 2ª série, na classe da Tia Íris. Não recordo muitas coisas que aconteceram naquele ano, exceto que pouco depois de minha chegada houve uma festinha na casa da Tia Íris. Eu ainda não conhecia nenhum dos colegas de classe e era tratado como “o novato”. Lembro que sempre que tocava uma música lenta, uma menina vinha dançar comigo. Foi uma boa recepção. =)

No ano seguinte, 3ª série, fiquei na classe da Tia ... Puxa! Esqueci o nome dela. =( Mas ainda lembro seu rosto. Neste ano eu participei pela primeira vez dos tradicionais Jogos Internos, na modalidade futebol de salão. Digo de antemão que eu nunca fui um bom atleta, pois eu era bem gordinho nessa época e mal conseguia correr atrás da bola. #)

1989, foi o primeiro ano que estudei pela manhã. Fiquei na classe da Tia Bahia, na 4ª série. Era uma professora muito carinhosa e que sempre se vestia de azul ou branco. Eu fazia academia de karatê em frente à casa dela e as vezes quando terminava o treino eu ia lá conversar com ela...e tomar muita água =) Uma vez ela me deixou responsável por anotar o nome de quem bagunçava na classe enquanto ela saiu para falar com alguém... a classe inteira veio em cima de mim dizendo que não anotasse nada, senão... Que medo! Também foi o último ano que joguei futebol de salão nos jogos internos, até ganhei uma medalha... sem nem ter pisado na quadra.

Não posso deixar de comentar sobre os momentos divertidos fora das aulas. Havia uma área arborizada ao lado da escola que todos chamavam de “o Sítio”. Era lá onde aconteciam aulas de recreação e até algumas aulas de educação física, com o professor Casquinha (só vim descobrir o nome desse professor muitos anos depois, pois todos só chamavam pelo apelido). Casquinha também gostava de fazer umas aulas nas escadarias da praça em frente à escola e até algumas corridas pelas ruas próximas. Tinha também a quadra de esportes, onde muitos garotos jogavam bola no intervalo, e sua “arquibancada”, onde outros, como eu, sentavam para comer o lanche.

Ah! Não dá pra falar em lanche sem citar a cantina. Todos os alunos só queriam lanchar salgadinho PIPPOS e refrigerante. A cantina ficava no “galpão”, uma área coberta onde aconteciam quase todos os eventos da escola. Nele participei de várias gincanas, em uma delas até fiz cover de Leandro e Leonardo (Pensa em mim...) para ganhar pontos para minha turma. =) Em outra, encenamos a Escolinha do Professor Raimundo, e eu fazia o personagem Paulo Cintura (iiiiissaaaaaaa! Cheio de saúde!), que estava mais para Paulo Gordura... que vergonha... #) Mas esse teatro fez tanto sucesso que foi parar na abertura dos jogos escolares, no ginásio de esportes Aderson Elói, onde apresentamos para uma platéia enorme... #)

Outra curiosidade sobre o colégio é que, todos os dias antes do início das aulas, uma música era tocada em um alto-falante que apontava para fora da escola (por muito tempo foi “Tema de Lara”). Enquanto a música tocava, os alunos entravam e formavam filas no galpão, cada um segundo sua turma. Uma das irmãs (sim, o CSA é um colégio de freiras) vinha rezar com todos os alunos e só então as professoras conduziam os alunos para suas salas.

Mesmo depois da oração, ainda tinha alguns alunos que não se acalmavam, ficavam bagunçando na classe e acabavam por ficar de castigo “em pé na escada”. Quem estudou lá vai lembrar disso!

É uma besteira, mas vou contar assim mesmo. Por volta desse período, a escola comprou a primeira máquina de Xerox. Até então tudo era feito na base do mimeógrafo (cheirinho de álcool nas provas... huummmm....). A galera fazia fila na secretaria para tirar Xerox de revistas com fotos de artistas e cantores. Se não me engano, era Zeca quem trabalhava nesse setor e tinha que agüentar Angélicas, Xuxas, Zezés di Camargo, e companhia saindo da bandeja de cópias. =)

Em 1990, cheguei à 5ª série, o famoso 1ª grau maior. Era a partir desta série que tínhamos um professor para cada matéria. Os que eu lembrei agora foram: Ana Cláudia (Inglês), Tadeu (Matemática/Geografia/Ciências), Williams (Matemática), Gerinaldo (História) e sua esposa Ana (Português), Gian Carlos (História), Ionaldo (Inglês), Fernando (Religião), Dra. Célia (Português), Edilúzia (Ciências, todos os meninos eram apaixonados por ela), Laizinha (Geografia),... peço desculpas aos que não citei, minha memória não está ajudando. Foi na 5ª série que tirei minha primeira nota “vermelha”, em História. Nunca fui bom com nomes e datas. =(

Neste ano também comecei a participar da Banda de Música do colégio. O maestro Marcondes era bem durinho e tive que me esforçar para aprender a corneta e inúmeras músicas. Confesso que na primeira apresentação eu só sabia tocar uma =) as outras eu ia só dublando ou tocando apenas as partes que eu sabia. Foi uma época muito boa! Fomos convidados por quase todas as escolas da cidade e até de outras cidades para tocar em desfiles, viajamos até para Nova Cruz, Bom Conselho e para Barreiros, para um concurso de bandas. Fizemos grandes sacrifícios para comprar uniformes e novos instrumentos. Daria um livro todas as histórias dessa turma. Continuei na banda até o fim da 8ª série, mas nessa época já não era a mesma coisa. =’(

Outra coisa que eu gostava eram as festas juninas. Participei das quadrilhas todos os anos do 1º grau maior, inclusive um ano eu fui o noivo e até ensaiamos uma peça do Coronel Ludugero. Por causa disso, até hoje eu gosto de participar de quadrilha improvisada =)

No ano seguinte, 1991, eu na 6ª série, o destaque da minha classe, e da escola inteira, eram as meninas do time de Handball. O CSA se deu muito bem nos JERNs (Jogos Escolares do Rio Grande do Norte) e as meninas ficaram famosas. Algumas até receberam bolsas de estudo em colégios de Natal só para jogar no time deles. Engraçado é que os treinos de handball haviam começado há pouco tempo, antes se jogava “queimada”. Sorte de principiante? Que nada! As meninas eram feras mesmo!

Na saída da escola o pessoal corria para o carrinho de confeitos da Lindalva. Às vezes tinha churros pra vender, outras vezes tinha pitomba. Era a hora de se encher de besteiras antes do almoço, enquanto esperava o pai vir buscar (ou “a Kombi”) e levar uma bronca da mãe por não querer almoçar.

Foi por volta desse ano que fiz minha 1ª comunhão na igreja católica, tanto as aulas de catecismo quanto a missa aconteceram na capela que tinha dentro do colégio. Fui poucas vezes lá depois disso, mas lembro que ela sempre ficava lotada quando acontecia alguma celebração lá.

Em 1993 eu concluí a 8ª série e fui aprovado para estudar na ETFRN (Escola Técnica Federal do RN), que na época tinha o mesmo mérito do vestibular. Sei que essa conquista foi resultado da sólida base de conhecimentos que o Colégio Santa Águeda me ajudou a adquirir.

Estou ansioso para visitar o colégio novamente, ver o que mudou nesses 20 anos e reencontrar os antigos colegas e professores que se tornaram grandes amigos.

Tenho milhares de outras lembranças maravilhosas, mas demoraria anos transcrever todas elas. As que escrevi são suficientes para ilustrar o quanto tenho apreço pelo colégio.

Foi com tristeza que deixei o CSA, mas certamente o terei sempre gravado em meu coração.

Prof. M. Sc. Abrahão Lopes
Mossoró - RN

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Para conhecer o CSA, visite:

Um comentário:

adrianoisrael disse...

E isso tudo é apenas uma das muitas histórias que cada aluno do CSA tem para contar. Sejam os de ontem ou os de hoje!

Parabéns a todos que fizeram e fazem esta casa de educação em Ceará-Mirim.

Adriano Israel
Turma Concluinte 1997